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Entrevistas

Fernando Meira – grande referência do Futebol convertida ao Padel

A não ser, talvez, para os mais jovens, Fernando Meira não necessita de qualquer tipo de apresentação. O ex-jogador de futebol natural de Guimarães fez 54 jogos ao serviço da seleção portuguesa de futebol. No seu percurso como futebolista passou por grandes clubes como Vitória de Guimarães, Benfica, Estugarda, Galatasaray, Zenit e Real Zaragoza.

O Vinte por Dez teve o prazer de fazer algumas perguntas a uma das maiores figuras do futebol nacional, que teve o primeiro contacto com o Padel já há alguns anos. Neste momento, Fernando Meira é patrocinado por grandes marcas de Padel e participa em vários torneios, tanto em Portugal como no estrangeiro. Saiba tudo abaixo!

Entrevista a Fernando Meira

Vinte por Dez: Em primeiro lugar, qual foi o teu primeiro contacto com desportos de raquete? Mesmo quando eras jogador profissional de futebol, tinhas o hábito de praticar outras modalidades por lazer?

Sim, quando jogava futebol, por vezes, nas férias gostava de bater umas bolas de Ténis, jogava com amigos. Talvez aí por volta de 2008/2010 tivemos os primeiros campos de Padel no Open Village, em Guimarães e foi lá que fizemos os primeiros jogos, ainda com as paredes em cimento em vez de vidro. Percebemos logo que era um desporto diferente, de fácil aprendizagem, de muita envolvência social. No fundo, adorámos.

Depois de deixar de jogar futebol, em 2013, comecei a jogar Ténis. Tive ali três/quatro anos que só jogava Ténis todos os dias até que, mais tarde, tive uns amigos em Guimarães que abriram um campo de Padel e me pediram para experimentar. Fiquei viciado, deixei o Ténis e comecei a dedicar-me a 100% ao Padel. Hoje em dia jogo diariamente.

Vinte por Dez: O que te fez começar a jogar Padel? Lembras-te quando e onde foi a primeira vez que o fizeste? Quais foram as primeiras sensações quando experimentaste a modalidade?

A primeira vez que joguei Padel foi no Open Village, por volta de 2010. Adorámos a primeira sensação. Como sabes o Padel tem uma taxa de adesão muito grande, em comparação com qualquer outro desporto. Até penso que é a modalidade mundial com mais taxa de adesão. As pessoas quando experimentam ficam “agarradas” e por isso te digo que é um desporto muito social, de fácil aprendizagem. Pode jogar-se com pessoas mais novas, mais velhas, etc.

É possível fazer uma espécie de jogo social, mas se se quiser ser mais competitivo e houver gente de nível mais elevado, é bastante exigente tanto em termos de coordenação como de capacidade cardiorrespiratória.

Fernando Meira
Fernando Meira

Vinte por Dez: Hoje em dia, para além do Padel, continuas a praticar mais alguma atividade?

Sim, faço ginásio 3 vezes por semana. Além disso, tenho também a parte da fisioterapia que também é importante, já que a idade começa a pesar e há sempre uma ou outra articulação que tem de ser afinada (principalmente as costas e o ombro). Faço, ainda, algum treino de PT com foco na coordenação e no reforço muscular, um treino um pouco mais localizado. Depois o Padel para completar o cardio. Em alguns fins-de-semana temos torneio de Padel. Tenho a felicidade de a minha mulher jogar, o que me permite ter mais facilidade em participar nos torneios.

Vinte por Dez: Qual foi a tua melhor conquista no Padel? Quem era o teu parceiro na altura?

A melhor conquista foi ser campeão nacional de M3, por equipas, com o Top-Padel Guimarães. O meu parceiro é o Pedro Mendes, que é meu sócio. Foi de facto muito bom, já que é também para isso que jogamos Padel, para ganhar torneios, para poder eventualmente ter um ou outro título. Somos competitivos, gostamos de vencer, gostamos de evoluir e o Padel tem, de facto, uma margem muito grande para se crescer. Por isso, queremos continuar a melhorar, sendo que, neste momento temos algumas aulas com o Gervásio.

É um desporto onde há uma grande margem, mesmo para os M1’s crescerem. Assim como nós ganhamos por 6-0/6-0 algumas duplas aqui em Guimarães, também perdemos por 6-0/6-0 quando vamos ao Porto ou a Lisboa. E depois os nossos M1’s que nos ganham por 6-0/6-0, também vão a outras cidades perder por 6-0/6-0. Depois os melhores nacionais também vão a um torneio internacional e se “tiverem de perder” por 6-0/6-0, também perdem.

Por isso, os níveis são muito vastos, há sempre muitos jogadores jovens a aparecer com muito potencial, com mais escola. Logicamente, quando se começa com a nossa idade a jogar Padel há sempre vícios que são difíceis de esconder. Por isso, acho que é importante podermos evoluir, crescer como jogador e também ter a sorte de na nossa zona haver bons treinadores e bons jogadores. Porque, por vezes, o facto de jogar bem não chega, é preciso haver concorrência perto para se ter jogos competitivos.

Fernando Meira Padel
Fernando Meira

Vinte por Dez: Quais são os teus objetivos a curto e médio/longo prazo no Padel?

Neste momento estamos numa competição e vamos a Valencia disputar um torneio internacional. O único torneio internacional que fiz, até ao momento, foi na Suíça. Fomos finalistas e perdemos com um jogador que já esteve no top10 de Ténis da Suíça, jogador com historial desta modalidade. Apesar do Ténis não ser igual ao Padel, há muitos princípios que ajudam imenso, tais como a pega e os vóleis. Quem vem do Ténis tem muito mais facilidade de adaptação a esta modalidade.

Investir em jogadores não está nos meus planos, já que sou embaixador da PadelNuestro e embaixador da Siux. São uma marca e uma loja com as quais eu me revejo totalmente. Fomos campeões nacionais, recentemente, pela PadelNuestro num torneio que houve em Lisboa, no Benfica Corporate. São duas marcas que eu adoro, tanto a Siux como a PadelNuestro, adoro as pessoas que fazem parte dessas marcas.

Agora é tentar, lentamente, convencer um ou outro patrocínio, apesar de isso ser muito mais fácil para jogadores mais jovens. Para mim ter o patrocínio da Siux e da PadelNuestro já é muito bom.

Vinte por Dez: Atualmente, não só em Portugal mas também no estrangeiro, vemos vários ex-futebolistas a investir nas várias vertentes do Padel, também como jogadores. Qual a tua opinião relativamente a este fenómeno?

Sim, porque de facto o Padel é um desporto que está na moda, que está a crescer muito em Portugal e em todo o mundo. É uma modalidade que, para quem tem uma vida de desportista, consegue dar uma sequência, mais tarde, continuando a treinar todos os dias. Nisso, o Padel é fantástico. Por isso é que há muitos jogadores que também vêm no Padel um negócio, dependendo da zona onde eles moram.

Em Guimarães já há muitos clubes de Padel e é uma cidade relativamente pequena, não faz grande sentido abrir clubes por abrir. É importante que haja quantidade, mas que continue a haver qualidade. Para mim, agora, não faz sentido, mas numa fase inicial ainda cheguei a pensar e propor parceria a um dos clubes aqui em Guimarães. Na altura não quiseram e acabou por passar o meu “timing”. Porém, a investir seria sempre em Guimarães.

Fernando Meira
Fernando Meira

Vinte por Dez: Quais são os apoios que tens atualmente?

Tal como referi atrás, os meus apoios são da Siux e da PadelNuestro, tanto em equipamento como em raquetes e agora com calçado da Siux. São parceiros que eu adoro, a nível de qualidade e visibilidade são, claramente, dos melhores que há a nível mundial, por isso, para mim é fantástico ter um patrocínio destes ao meu lado. Agora poderá existir a possibilidade de um ou outro patrocínio para os torneios pontuais.

Vinte por Dez: Fora do Padel, que funções é que desempenha Fernando Meira como imagem de marca?

Fora do Padel sou agente FIFA que é a minha principal profissão. Tenho uma agência que é a MNM Sports, onde o Nuno Assis e o Pedro Mendes são meus sócios. Já o fazemos há cerca de 6 anos, por isso é uma profissão que eu adoro, já que permite passar um pouco daquele que é o meu know-how do futebol e também acompanhar jogadores, mantendo o contacto com o futebol, que sempre foi a paixão da minha vida.

Também tenho a Elevensports, onde sou comentador desportivo dos jogos da Liga dos Campeões. Adoro imenso essa função que me mantém ligado ao desporto. A única desvantagem são as viagens para Lisboa, mas faço-o porque gosto, porque as pessoas da Elevensports receberam-me de uma forma fantástica e estar a comentar jogos da Champions é uma honra muito grande. À parte disso sou embaixador da Fred Perry, uma marca de roupa que me patrocina quando vou à Elevensports.

Tenho também a Prozis que é um parceiro estratégico, já que me dá, não só material, mas também suplementos para o meu dia-a-dia. Adoro e revejo-me na projeção que a Prozis está a ter, não só em Portugal mas também lá fora. É uma marca de renome e estar associado a estas grandes marcas, para mim, é uma honra.

Estou também ligado a uma marca de hoodies, na Suíça, a Evolution, de um amigo meu (João). Com a particularidade de ter um estilo mais relaxado, porém, é de facto uma marca de roupa de hoodies muito desportivos e com um design muito bonito.  

Vinte por Dez: Como uma grande referência no desporto, que conselhos pode dar Fernando Meira, aos jovens que querem seguir a carreira de desportistas?

Fazerem aquilo que gostam. Não fazerem só pelo que lhes dizem, mas também porque sabem que podem disfrutar. Tem de haver paixão, é importante acordar de manhã e sentir motivação para fazermos aquilo que gostamos. Qualquer jovem que pratica desporto ambiciona, quase sempre, jogar ao mais alto nível.

Portanto, não só o prazer, mas também a ambição de querer chegar longe, jogar em clubes melhores, ter contratos melhores e querer sempre melhor no dia-a-dia, é algo que tem de estar intrínseco na mente de qualquer desportista. Há também a parte social, onde tem de haver um comportamento ajustado a essas ambições. Tem de haver um bom descanso, boa alimentação e foco a 100% nos treinos. Se os jovens querem ser alguém no desporto têm de estar, de facto, preparados para fazer uma vida que esteja de acordo com aquilo que é a exigência de um profissional.

Fernando Meira

Vinte por Dez: Para finalizar, qual é a tua opinião relativamente ao crescimento do Padel em Portugal? Achas que estamos no caminho certo para chegarmos ao nível dos espanhóis, por exemplo?

Não tenho a menor dúvida disso. Em Portugal, o facto de o Padel ser um desporto simpático e social não é tudo. Acho que é importante que quem faz a gestão do Padel nacional se foque mais na formação. É importante formar mais treinadores e haver apoio das câmaras para os clubes que têm menos condições. No fundo, é promover o desporto. E é um desporto que abrange qualquer tipo de idade e de sexo. Por isso deveria haver um apoio camarário para cada uma das cidades.

Apenas com bons treinadores podem nascer bons treinadores e podem, por consequência, nascer bons jogadores. Os miúdos que estão agora a jogar Padel, amanhã podem serem referências do Padel internacional. Alguns deles já têm bons treinadores, mas é importante mais. Portugal não se resume, por exemplo, a Guimarães, Porto e Lisboa. Há muitas outras cidades que necessitam de desenvolver e conhecer o Padel de uma forma muito mais próxima. Por isso, é importante que as pessoas que estão à frente das instituições possam tornar isso uma realidade.

O Vinte por Dez agradece a Fernando Meira a disponibilidade para responder a esta entrevista, desejando muita sorte para a sua vida desportista, pessoal e profissional.

Relembramos o leitor que, para além desta grande entrevista a Fernando Meira, é possível encontrar outras entrevistas na área dedicada ao efeito.

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